A falta de psicólogos em clubes profissionais pode impactar o futebol brasileiro?

Em uma noite de outubro, duas grandes equipes do futebol brasileiro entraram em campo pela semifinal da competição mais importante do continente: a Copa Libertadores da América. Após empatar em 2 a 2 na partida de ida, Internacional (RS) e Fluminense (RJ) protagonizaram um grande jogo em Porto Alegre, e por coincidência ou não, apenas a equipe que contava com um profissional da psicologia avançou de fase.

Os gaúchos tiveram a oportunidade de sair em vantagem ainda no Rio de Janeiro, quando venciam por 2 a 1 e com um jogador a mais no jogo de ida. Entretanto, o tricolor carioca resistiu às pressões e em um dos últimos lances, garantiu o empate frente ao seu torcedor no Maracanã. No jogo de volta, a situação se repetiu e novamente a resiliência garantiu um resultado positivo ao Fluminense, que em apenas cinco minutos, virou um jogo perdido no Beira-Rio e garantiu a ida à final da Libertadores.

Além da falta de preparo psicológico dos jogadores dentro de campo, que por duas vezes não souberam administrar o resultado e a vantagem em mais de uma situação, vimos o treinador da equipe, o argentino Eduardo Coudet, discutindo fervorosamente e precisando ser afastado de seu oponente, Fernando Diniz, quando o jogo já estava encerrado. O episódio só deixou claro mais uma vez que a falta de preparo mental não partia apenas dos jogadores. O atacante Enner Valencia, que de fato perdeu vários gols que seriam determinantes para o futuro do Inter na competição, também desabou em lágrimas após o apito final, já abraçando boa parte da culpa para si.

Além do Internacional, o Corinthians (SP) foi outra equipe brasileira que teve o sonho de chegar em uma final continental interrompido na mesma semana. Os paulistas encararam o Fortaleza (CE), pela semifinal da Copa Sul-Americana. Novamente, a equipe que trabalha com um psicólogo em seu estafe de profissionais obteve êxito e os cearenses venceram por 2 a 0, após empatar em 1 a 1 no jogo de ida. Em outra oportunidade, o São Paulo (SP) se sagrou campeão inédito da Copa do Brasil, feito histórico e conquistado após bater o badalado e apontado como favorito, Flamengo (RJ). Imagine a pressão psicológica para o tricolor paulista antes da final? E para os flamenguistas após perder a taça?

Ainda que muitos defendam as teses de que “o trabalho deles (jogadores) é esse”, “ganham milhões por isso” e “é a sua obrigação, apenas jogam futebol”, a verdade é que todos nós, necessitamos de saúde mental e mesmo ganhando uma fortuna por mês, um preço muito caro pode estar sendo pago.

De acordo com um levantamento do portal Trivela, 11, dos 20 clubes que compõem a Série A do Campeonato Brasileiro, contam com psicólogos, embora que algumas equipes foram atrás dos profissionais apenas depois da divulgação dos dados. América-MG, Athletico-PR, Corinthians (SP), Cruzeiro (MG), Cuiabá (MT), Goiás (GO), Grêmio (RS) e Internacional (RS) não contam com os profissionais.

Como resposta ao portal, Grêmio (RS) e Flamengo (RJ), afirmaram que os jogadores podem solicitar atendimentos com psicólogos nos respectivos Departamentos Médicos, mas que não contam com os profissionais na equipe. O Cruzeiro (MG) informou que conta com uma profissional parceira que atende os atletas quando a necessidade é identificada e o Bahia (BA) comunicou que contratou uma nova profissional após o nome da equipe figurar na lista inicial do Trivela.

Volto a destacar a importância do psicólogo nas equipes profissionais com outro dado: dentre os 10 primeiros colocados no Campeonato Brasileiro até o momento, seis deles contam com psicólogos, incluindo Palmeiras (1º), Flamengo (2º), Botafogo (3º) e Atlético-MG (4º).

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