Professores e alunos preparam surpresa adaptada para colega com cegueira e dão exemplo de inclusão

A Escola Henrique Lage decidiu começar a semana de forma especial. Na segunda-feira, 31, professores e alunos se uniram para fazer uma surpresa para o Emanoel Laurentino da Coreggio, aluno do 8° ano da instituição, deficiente visual. Foi um exemplo de inclusão em frente aos desafios da educação especial.

A festa supressa, em comemoração ao aniversário do garoto, que foi no dia 28, última sexta-feira, foi planejada de forma diferente, e todos os alunos e professores toparam participar. Todo ambiente escolar possibilita a aprendizagem e que ao se inserir na escola o aluno amplia sua visão de mundo, as vivências e as experiências, passando a ter mais possibilidades de conhecimento.

Cristina Kelleter, Fonoaudióloga, Mestre em Ciências da Linguagem e Diretora da Associação dos Amigos Autistas de Imbituba (AMAI), faz observações sobre a educação especial que tem se transformado “As diretrizes e condutas norteadoras da educação especial , vem sofrendo grandes modificações nos últimos anos, diria nas últimas décadas. A atenção específica ao aluno com deficiência deu lugar a uma concepção mais ampla das suas necessidades educacionais especiais propondo dessa forma a possibilidade de integrar o aluno com deficiência mas também dar a resposta a outros alunos com atrasos e problemas na aprendizagem. Essa visão mais completa e integradora é orientada para transformar a educação especial”.

“A festa é diferenciada, com alimentos saudáveis, porque estamos trabalhando isso na escola, e também vamos trabalhar os sentidos. Os alunos estarão vendados, e experimentarão como é para o Emanuel tentar reconhecer as coisas ao redor, sem ver nada. Cantaremos parabéns sem gritarias e sem palmas fortes, isso pode incomodar ele, então vamos ter esse cuidado também”, explicou Antonieta de Carvalho Silva, professora auxiliar do Emanuel.

A iniciativa mostra a participação ativa dos colegas, que mostram um caminho positivo em que a inclusão acontece para todos os alunos que convivem com o colega com necessidades especiais.

Ele foi conduzido à sala de aula, onde foi preparada a festa temática, do Scooby Doo (personagem que o menino gosta de imitar). Alunos e professores foram vendados antes de entrar na sala, atitude planejada pela equipe da escola, para que todos pudessem entender um pouco como o colega sente o mundo ao seu redor.

“Nós sempre trabalhamos com ele em sala a questão da socialização. A deficiência dele é visual, então ele precisa perceber as coisas ao redor, e as pessoas, de forma diferente. Eu estava pensando em fazer algo para comemorar o aniversário dele, mas antes de falar qualquer coisa os alunos me procuraram para fazer uma surpresa para ele”, contou Antonieta.

“Eu sou colega do Emanuel desde que a gente estudava na creche. Nós sempre cuidamos dele, ele é muito amado por todo mundo. Foi legal tentar entender como é para ele não poder ver nada. É importante ter pessoas que apoiem ele”, disse Sofia, colega do Emanuel.

Toda a equipe e colegas, mostraram uma enorme consideração pelo garoto, que foi parabenizado com abraços, muitas risadas e um presente muito especiais. Um álbum de figurinhas da copa em braille.

Além de todo o carinho nos seus agradecimentos, Emanuel ainda mostrou todo o seu talento em imitações. Por causa de sua limitação, ele reconhece todo ao seu redor pela voz, e gosta de imitar seus professores e colegas, em seus jeitos e frases diferentes, divertindo a todos.

A Escola Henrique Lage tem feito um trabalho muito relevante, não apenas com o Emanuel, mas com os demais alunos, que estão sendo orientados quando a inclusão de alunos especiais. A experiência que está sendo passada, não apenas prepara os alunos para conviverem com pessoas com limitações, mas também a como acolhê-las como iguais, mesmo em suas diferenças.

Comentário de Cristina Kelleter sobre a educação especial em áudio.

Kelleter finaliza “Pensar educação especial e inclusiva é pensar sim qualidade de acesso, é pensar integralidade de ações mas é pensar também empatia é pensar a nossa humanidade porque pensar é uma escola pra todos é pensar numa sociedade para todos”

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