#Elarepresenta: realidade da mulher na política de Laguna

Por Bárbara Dias

“Apesar de sermos maioria do mundo, na política é ao inverso”. É o que destaca Nádia Tasso Lima, a única mulher entre 12 homens na Câmara de Vereadores de Laguna, vereadora há três anos. Chegou ao cargo por seu envolvimento com a causa animal. Ela é uma das fundadoras da Sociedade Lagunense de Proteção aos Animais (Solpra), que nasceu em 2001. 

Nádia conta que já sofreu discriminação especialmente por ser voluntária de um projeto. “Somos taxadas de desocupadas, dondocas”, relata. Mas a vereadora revela que o preconceito é ainda maior em seu trabalho na câmara e que já chegou a receber comentários agressivos. “Quando lanço um projeto, sempre vira polêmica. Pessoas nas redes sociais, ou nas rádios, incentivadas por alguns locutores, fazem xingamentos e comentários pejorativos”, destaca. Mas ela ressalta que aprendeu a lidar com essas críticas e não dá atenção a elas. “O que penso e sinto sobre a minha pessoa, me basta”, declara.

Conquista para as mulheres

Além de lutar pela causa animal, a vereadora trouxe uma grande conquista para as mulheres de Laguna. No ano passado, ela lançou um projeto de lei, que mais tarde foi sancionado pelo prefeito do município, no qual proíbe a nomeação de cargos públicos dos Poderes Executivo e Legislativo para pessoas que foram condenadas pela Lei Maria da Penha e Lei de Feminicídio. De acordo com o documento, a medida é uma maneira de os poderes “não se portarem alheios aos crescentes índices de violência doméstica contra mulher” E à quantidade de mulheres que tiveram mortes violentas em razão do gênero.

Nádia conta que ter uma instituição como a Solpra em Laguna, para ajudar a minimizar o sofrimento dos animais, é um sonho de infância. E hoje, dentro da câmara, ela pode contribuir mais com a causa. Ela diz que o maior desafio é fazer com que as autoridades enxerguem o descaso, a falta de empatia e o desleixo das pessoas em relação aos animais. 

A voluntária e vereadora afirma que, independente de ser homem ou mulher, o que importa é o empenho. “Quando se dedica e acredita no faz, já fazemos a diferença”. Nádia completa dizendo que o mais a motiva em seu trabalho é fazer as pessoas despertarem para um mundo com mais empatia.

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