Da taxidermia aos museus modernos

A taxidermia no Brasil se iniciou com a vinda dos imigrantes europeus, quando a caça era permitida, muitos animais eram preparados para laboratórios de biologia de escolas e faculdades. Com a proibição da caça e com profissionais em idade avançada muito desse conhecimento se perdeu.

Hoje em dia existem poucos profissionais qualificados a exercer a função adequadamente, geralmente ligados a instituições de ensino e pesquisa.

Em Criciúma temos o Museu de Zoologia Prof.ª Morgana Cirimbelli Gaidzinski da Universidade do Extremo Sul Catarinense – UNESC, foi fundado no dia 26 de setembro de 2002. Os primeiros animais preservados foram os invertebrados marinhos, com destaque para os siris e caranguejos.

Mas o observador passou a querer interagir com as obras ou até mesmo com os animais, em uma espécie de zoológico palpável. Em Criciúma e até na região sul de Santa Catarina não temos um museu interativo, apenas, o Museu de Arte de Santa Catarina, localizado em Florianópolis e isso quando recebe alguma exposição nesse sentido. O mais perto desse segmento seria em Maracajá com o Parque Ecológico. Onde podemos observar e até de certa forma interagir com os animais que ali estão.

Mas em relação a esse passado de animais empalhados até chegarmos nesse nível de museu interativo, ainda falta muito a se desenvolver. Porém o medico veterinário, Joares May, conta um pouco mais sobre essa ideia de um museu interativo. “Tem que se repensar. Pensa o seguinte, se tivesse um museu que você pode sair daqui e ir lá e colocar a mão na pele. E se um deficiente visual pode colocar a mão na pele, e se uma criança pode manejar a pele, passa a ser função. É a mesma coisa que se discutir zoológico né? Ou o animal tem função ou o zoológico é desnecessário. O museu ele tem que ter função!”.

Joares May ressalta que os museus novos tem que ter interação. “A pessoa não quer ser mais um observador, ela quer fazer parte, ou da obra, ou da peça, ou do animal taxidermizado. Então se o animal taxidermizado, o animal morto, tiver um papel de interação, eu acho que vai ter um reconhecimento muito maior… ganharia se muito mais hoje investindo no animal vivo do que na taxidermia”.

Enquanto não chega algo interativo na região, você pode visitar o museu da UNESC totalmente de graça. O local fica aberto ao publico de segunda a sexta-feira das 8h às 22h e aos sábados das 8h às 17h, não havendo necessidade de agendamento. Mas caso você queira ir em um grupo de amigos você pode agendar uma visita mediada. Entrando em contato com a equipe do museu pelo telefone (48) 3431-2573 ou e-mail museudezoologia@unesc.net.

O público de museu deixou de ser apenas um observador, quer agora interagir, mexer e que seja palpável. Animais empalhados foram por anos um dos grandes atrativos, mas o futuro dos museus é a interatividade.

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