Ser empreendedor não é uma tarefa fácil, mas ser empreendedor no Brasil é um pouco mais complicado. Agora, se você é um empreendedor oriundo da favela, é ainda mais desafiador. De acordo com uma pesquisa feita no mês de agosto deste ano, da Digital Favela e Data Favela, números apontam que um pouco mais de 40% dos moradores de comunidades são empreendedores.
A pesquisa “Um país chamado favela”, um trabalho do Data Favela, do Instituto Locomotiva e da Cufa (Central Única das Favelas) apresentado em agosto deste ano, também, diz que a primeira palavra que vem à mente quando falamos em favela é “pobreza”. Hoje em dia, tentar driblar a falta de oportunidades na indústria formal de trabalho e conseguir uma renda para sustentar a família são, no entanto, as principais razões que norteiam o empreendedorismo entre os moradores de favelas do Brasil.
Segundo a pesquisa citada no início, 41% dos moradores de comunidades no Brasil já abriram seu próprio negócio, e 54% afirmam que recorrem a “bicos”, trabalhos extras para complementar a renda de cada mês e ajudar nas despesas. Ainda existe uma porcentagem de 57%, que afirmam serem empreendedores por falta de oportunidade de trabalho formal, ou seja, com carteira assinada. Quando se diz morador de favela, o preconceito é evidente na maioria das situações.
Entre aqueles que empreendem nas comunidades, 22% assumem que o negócio já se tornou sua principal fonte de renda. Olhando para o cenário empreendedor do país, as pessoas que abrem seu próprio negócio nas favelas tem dificuldades para legalizar a sua atuação. Umas das obrigatoriedade seria o CNPJ e, segundo a pesquisa, cerca de 63% dos entrevistados do estudo, não possuem. Sendo assim, a falta de acesso a equipamentos adequados, demandas grandes, e a gestão financeira adequada do empreendimento é um problema.
O Brasil tem um alto índice de empreendedores, sejam eles legalizados ou não. As favelas do país são uma potência e merecem destaque e oportunidades no empreendedorismo.