O novo coronavírus (Covid-19) tem afetado a população mundial. E não é para menos, já que tem interferência direta na saúde, economia, cultura e na forma de viver com que o brasileiro está acostumado. A pandemia foi iniciada na China e teve o seu primeiro caso no Brasil em 25 de fevereiro de 2020, em São Paulo. O Covid-19 é um vírus transmitido por meio do contato entre as pessoas e de gotículas de ar. Os sintomas mais comuns são: febre, coriza e dor de garganta, porém, é necessário ficar atento a outros sintomas.
Dependendo do caso, o coronavírus pode ser fatal. Segundo o infectologista Rogério Sobroza, “os sintomas graves são o acometimento pulmonar – especialmente a falta de ar -, respiração muito rápida, extremidades da pele mais azuladas – que significa que o oxigênio não está conseguindo chegar às extremidades -, ou quando a pressão arterial começa a ficar mais baixa”.
O vírus começou a se espalhar no Brasil por meio das pessoas que voltaram de viagem a outros países, embora já possua casos de transmissão comunitária, inclusive, na cidade de Tubarão, em Santa Catarina. A infecção já é responsável pela morte de mais de 4.000 pessoas em todo o mundo. Após sete casos confirmados no estado de Santa Catarina, o governo decidiu redobrar os cuidados com toda a população.
Decreto Municipal e Estadual
No dia 16 de março, a Prefeitura de Tubarão lançou um decreto que cancelou shows, palestras, festas, formaturas e outros eventos com aglomeração. O cancelamento de aulas foi anunciado em universidades como a Unisul, Udesc, UFSC e Unesc. Foram suspensas também missas e atividades esportivas ao ar livre e visitas a asilos. Tais medidas foram feitas pensando em evitar a aglomeração de pessoas, para que a infecção não se espalhe com tanta facilidade.
No dia 17, as medidas foram ainda mais drásticas e determinadas pelo governo de Santa Catarina: suspensão do transporte coletivo por sete dias, fechamento de agências bancárias, academias, shoppings e comércio, oficinas mecânicas, bares e restaurantes, correios e novas entradas em hotéis foram suspensas. Além disso, as escolas serão fechadas por 30 dias e eventos serão proibidos neste período. Somente serviços essenciais estarão funcionando como unidades de saúde, farmácias, supermercados, água, luz e gás de cozinha.
Prevenção e cuidados a serem tomados
Daisson Trevisol, diretor-presidente da Fundação Municipal de Saúde de Tubarão, afirma que o tratamento do Covid-19 ainda não possui uma medicação adequada: “o tratamento é para os sintomas. O que nós temos que fazer é minimizar os efeitos. A maioria tem apresentado efeitos brandos e a letalidade maior está sendo em pessoas idosas.” Por isso, para ajudar no controle da situação, a prevenção é o mais indicado, como por exemplo evitar contato com as demais pessoas, não ficar próximo a aglomerações e, sempre que possível, lavar muito bem as mãos e utilizar o álcool em gel.
Economia e Cultura em época de coronavírus
No setor econômico, de acordo com Silvio Paulo Hilgert, assessor de investimentos na empresa Unicred Sul Catarinense, o coronavírus traz um grande movimento de aversão a ativos de renda variável, principalmente as ações de empresas negociadas na Bolsa de Valores. Esta aversão se justifica pelo pânico instalado no mundo em função das incertezas sobre o futuro das empresas e países em termos econômicos. As consequências econômicas ainda são uma grande incógnita, mas estima-se que serão enormes e sentidas no mundo todo por muitos anos. Isso porque boa parte do mundo está paralisada neste momento, reduzindo significativamente a produção de bens e serviços, o que deverá impactar nos resultados financeiros das empresas e, consequentemente, no PIB dos países. Portanto, as indústrias deixarão de produzir e o comércio deixará de vender bilhões de dólares em produtos, o que causará também desemprego e “quebra” de muitas empresas.
Culturalmente falando, além de shows sendo cancelados, as instituições culturais estão fechando ou tomando uma série de medidas para evitar a propagação da doença. A presidente da Fundação Lagunense de Cultura, Mirella de Jesus Honorato, explica a situação: “a cultura é diretamente afetada, pois recebemos turistas na casa da Anita e no museu. Com essa questão da pandemia totalmente disseminada, podemos estar recebendo pessoas que são portadoras do vírus e não sabem. Então, tomamos algumas medidas para tentar diminuir o impacto.” Mirella explicou também que um protocolo de limpeza avançado e outras medidas estão sendo feitas para auxiliar na prevenção da doença.
Não há previsão de quando a situação do Brasil e nem mesmo de Santa Catarina irá se normalizar. Nos próximos meses, pelo menos até junho, o ministro da saúde Luiz Henrique Mandetta prevê que o Brasil passará muito estresse com a doença. Assim, é recomendado seguir as orientações de higiene e evitar sair de casa, exceto em casos de extrema urgência, para assim como esperado a situação possa se normalizar o mais breve possível.
Bônus: Confira a experiência de uma brasileira que realizou um intercâmbio em meio à Pandemia; e a visão psicológica sobre a reação ao novo coronavírus.
Reportagem em vídeo
Repórter: Julia Zelindro
Produção: Bruno Matos
Edição: Kauana Mulinari
Reportagem em áudio
Repórter: Bianca Selhorst
Produção: Bárbara Girardi
Edição: Leonardo Costa
Reportagem de texto
Repórter: Sarah Hilgert
Imagens: Maria Luiza do Nascimento
Edição: Silvana Maurílio
Editora Geral: Kauana Mulinari