Da pesca à preservação: história das baleias em Imbituba

Ainda que, hoje em dia, as baleias-francas sejam preservadas e estudadas, com bastante dedicação, por profissionais e apaixonados nos cetáceos, a realidade nem sempre foi a mesma. No fim do século XVIII, foi instalada, no Brasil, a quarta maior Armação Baleeira, e por meio dela, esses mamíferos, chamados, antigamente, de baleias tansas, por serem muito dóceis, eram pescados e deles, extraídos a gordura. O óleo tinha duas importantes finalidades: iluminação pública e matéria-prima para construções de edifícios, como as igrejas. Da pesca à preservação, a história das baleias em Imbituba é bastante conhecida. Exemplo disso é a Igreja Matriz de Imbituba, localizada no centro da cidade. 

Atualmente, Imbituba é conhecida como principal berçário e a Capital Nacional da Baleia-franca. No entanto, até meados do século XIX foi um dos maiores pontos pesqueiros dos cetáceos, e ainda preserva construções feitas com o óleo desses animais. Foi em 1942, que Paulo Hobold, pároco da Paróquia Imaculada Conceição na época, lançou a pedra fundamental para a construção da igreja. Sua construção acompanhou o desenvolvimento do Porto da cidade e a arquitetura manteve a tradição açoriana, tendo o altar todo feito em mármore branco.

Após muitas décadas, a igreja continua sendo cartão postal da cidade e se destaca por ter uma estrutura construída com óleo de baleia, preservando um ciclo da história do município. Uma das primeiras moradoras do bairro Ribanceira, Josina Rodrigues, conta que os homens atiravam a lança e arrastavam os mamíferos até a areia, na Praia do Porto. Depois tiravam a carne e extraíam o óleo. “Hoje, aqui na cidade, existe o Museu da Baleia, que fica em um antigo barracão na Aguada. Lá têm uma ossada pendurada na parede, e também conta a história dessa trajetória”, explica Josina. 

Visto que a espécie quase foi extinta, com o reaparecimento das baleias-francas no litoral sul de Santa Catarina, motivou-se atividades de pesquisa, conservação, educação e conscientização, a fim de garantir a recuperação populacional desses animais em águas brasileiras. 

A igreja

Foto: Paróquia Nossa Senhora Imaculada Conceição

Localizada no centro de Imbituba, enfeitando a Praça Henrique Lage, a Igreja Matriz Nossa Senhora Imaculada Conceição, em 1956, tornou-se a terceira sede da paróquia imbitubense, já sob o pastoreio do padre doutor Itamar Luiz da Costa, o qual têm um memorial, construído e idealizado pelo padre José Eduardo Bittencourt, pároco da Paróquia São João Batista, de Capivari de Baixo. Este memorial reúne objetos, documentos e fotos do primeiro pároco de Imbituba. A paróquia, hoje sob responsabilidade do padre Sérgio Gomes, é movimentada por diversos eventos religiosos e beneficentes no município. As missas acontecem todas as quintas-feiras, às 15h, e aos domingos, às 8h e às 19h30, animando fiéis frequentadores e turistas. 

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Por Lara Silva

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