Dezenove alunos do Curso Técnico de Administração da Escola de Ensino Médio Engenheiro Annes Gualberto, de Imbituba, foram além da teoria e transformaram seus aprendizados em produto. Com direito a criação de uma pequena empresa com CNPJ, denominada EcoCLEAN, os futuros administradores estão unindo práticas do empreendedorismo e da sustentabilidade.
O projeto surgiu com a finalidade de produzir um plano de negócios empresarial, com foco em uma organização voltada à responsabilidade social, conteúdo proposto durante as aulas da professora Rita Martins. A profissional, que também é coordenadora do curso, acompanha toda produção do EcoClean, assim como outros profissionais da escola, que é um sabão em barra cuja matéria-prima principal é o óleo de cozinha usado.
De acordo com a coordenadora do projeto, a ideia é ir além da teoria e do empreendedorismo. “O processo é bem manual e artesanal. A ideia é vender essa coisa da sustentabilidade e ajudar, de alguma forma, a cidade que não tinha ainda um destino para esse óleo”.
A teoria é um aspecto importante no momento da aprendizagem escolar, mas esses 19 alunos aceitaram o desafio de ir além dos papéis e canetas. Eles são responsáveis pelo manuseio dos óleos de cozinha usados que chegam até a escola. E, ainda produzem o sabão no laboratório de química e o papel que serve como embalagem para os sabões.
Para o secretário do Meio Ambiente de Imbituba, Paulo Márcio de Souza, esse é um projeto muito importante para a sociedade e precisa ser valorizado. “É exemplar, emociona e incentiva a todos nós a continuarmos trabalhando nos projetos em prol do meio ambiente. E é ainda mais louvável por começar na escola, com a educação ambiental na prática e com incentivo ao empreendedorismo’’, enfatizou o gestor municipal.
Como o empreendedorismo se transformou em ações
Chamado de EcoCLEAN, por tratar de ecologia (entendimento das relações recíprocas entre o homem e seu meio) e de limpeza (clean quer dizer limpo), o sabão tem sido feito pelos alunos do início ao fim. Ao mesmo tempo, eles transformaram a escola em um ponto fixo de coleta de óleos de cozinha usados. E, além disso, tiveram apoio da prefeitura, que doou um ecofiltro para que fosse realizada a coleta.
“As famílias entregam a substância na escola, que é um ponto de entrega fixo, e os alunos realizam a filtragem com peneiras e lâminas de palha de aço. Depois, eles entram no laboratório de química e, com auxílio da professora de química, Edna, fabricam o sabão. O processo é bem manual e artesanal”, explica Rita.
A princípio, todo o dinheiro arrecadado com a venda dos sabões é guardado pelo departamento financeiro da empresa e será destinado à formatura dos alunos em 2020.
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