Comércio e solidariedade: economia que se reinventa em meio a crise

Não tem jogo para o vendedor de pipoca. O expediente da diarista na casa da patroa? Sem previsão de retorno, assim como a circulação dos ônibus. Para quem não é médico, enfermeiro, político, policial ou trabalha em outros serviços essenciais, a ordem é clara: fique em casa. A pandemia do novo coronavírus assusta em qualquer lugar do mundo. E há outra onda que causa arrepios beirando os países, estados e municípios: a recessão da economia.

O prejuízo é mensurado em números. Segundo o estudo da Confederação Nacional de Serviços (CNS), as restrições às atividades econômicas custarão mais de 320 bilhões à economia brasileira. O pior: 6,5 milhões de trabalhadores vão perder seus empregos. “Meus chefes gostavam do meu trabalho, tentaram não chegar à essa decisão. Para mim foi muito triste, pois foi meu primeiro emprego depois que iniciei a graduação em Publicidade. Fui avisado da demissão alguns dias após o início da quarentena e,desde então, estou em aviso prévio, mesmo não trabalhando”, revela o Analista de Marketing Marcos Souza.

Com o medo de ter o mesmo destino, restaurantes e padarias se reinventaram, colocando a serviço dos clientes uma opção segura em meio a quarentena. “Começamos a fazer Delivery. Tivemos que nos adaptar e também é uma forma de manter os clientes em segurança” afirma Bruno Braga, empresário do ramo gastronômico. Outros que não podem abrir as portas, ajudam através das redes sociais. É o caso de uma oficina de motos em Tubarão, Sul de Santa Catarina. “Como não podemos atender, estamos ajudando da melhor forma. Os clientes mandam as dúvidas e nós auxiliamos por meio do celular ou internet”, explica André Tavares, sócio-proprietário da mecânica.

Solidariedade: o novo setor econômico

Empatia e solidariedade se tornaram tão importantes quanto ficar em casa. É pensando no próximo e, principalmente, em quem está envolvido diretamente com o combate à doença viral, que a Baly Energy Drink doou 1 tonelada de álcool 70% em prol do combate ao Covid-19, distribuídos entre o Hospital Nossa Senhora da Conceição (HNSC), Postos de Saúde e a Polícia Militar de Tubarão. “Foi uma das formas que encontramos de ajudar neste momento”, revela a Diretora Comercial, Dayane Titon.

E no Brasil, empresas milionárias se juntaram em prol do bem-estar social e sanitário da população. A Marfrig Global Foods, maior produtora global de hambúrgueres, doou 7,5 milhões de reais para o Ministério da Saúde. O Burger King Brasil se comprometeu a doar parte da receita líquida adquirida entre 16 até esta terça-feira (31) ao SUS. A mineradora Vale, que surpreendeu. Mesmo pagando um custo alto pela tragédia de Brumadinho e Mariana, fechou a compra de 5 milhões de kits de testes rápidos.

Governo: qual a melhor saída?

Ao buscar uma reação do estado frente aos desdobramentos do futuro do mercado, um grupo de 50 entidades empresariais de Santa Catarina lançou o Movimento Reage SC, que pediu na última quarta-feira (25) uma reação rápida do governador Carlos Moisés. Pressionado, Moisés mudou a postura. Até então defensor do isolamento, o governador divulgou o Plano Estratégico, em coletiva na quinta-feira (26), que propôs a retomada do comércio e de outras atividades, de forma gradual e com restrições. Contudo, após conversar com os gestores catarinenses e refletir sobre a posicionamento das autoridades de saúde, Moisés voltou atrás, mudou o discurso e, neste domingo (29), anunciou que o isolamento social foi prorrogado até dia 7 de abril, em Santa Catarina.

Opinião

Para o jornalista Max Alexandre, como uma medida para diminuir os reflexos da pandemia do novo coronavírus no país, o presidente do Brasil Jair Bolsonaro poderia adiar ou cancelar as eleições municipais. Assim, os R$ 2 bilhões reservados a título de fundo eleitoral para os partidos gastarem, poderia ser usado no plano de recuperação econômica. “Ou até diminuir o valor dos impostos nos estados e municípios e usar o dinheiro nos fundos de saúde, fazer leitos, salário social”, completa. O comunicador ainda satiriza: “como que morto vai comprar algo? gerar capital?”, finaliza.

Por Kamila Mello

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