Mulheres à frente do jornalismo catarinense

Por Débora Dias

Mães, esposas, donas de casa, profissionais. As mulheres são a grande maioria da sociedade brasileira. São 51,7% da população, chegando a 104,772 milhões de mulheres, segundo o site do IBGE. Diariamente elas se viram em múltiplas funções para fazer as atividades que precisam. Tudo em 24 horas.

No jornalismo a regra da maioria feminina é válida somente em algumas áreas. Em números totais de jornalistas, as mulheres são 15,65%, apenas 36,98% do total segundo a Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj). A televisão é uma área do jornalismo liderada pelas mulheres. A presença feminina é vista por muita gente e até por profissionais do meio jornalístico, como uma imagem de maior leveza para o telejornal. As mulheres jornalistas também são maioria nas redações de revistas, mesmo que essas publicações tenham diminuído nos últimos anos. Nos demais veículos de comunicação, a maior presença continua sendo masculina.

Laine Valgas

Laine Valgas é uma das presenças femininas mais conhecidas do telejornalismo catarinense hoje. Apresentadora do Jornal do Almoço, o principal telejornal do estado e da NSC, ela se formou na Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) e mora em Florianópolis. Já são 13 anos na TV, desde que começou a trabalhar na RBS, hoje NSC, passando pelas funções de apresentadora, repórter e editora. Há sete anos trabalha também como colunista diária no jornal Santa Catarina.

Aos 13 anos Laine decidiu ser jornalista. Em uma confissão a um Padre na igreja, ela descobriu o seu amor pela comunicação, amor esse que a fez abraçar todas as possibilidades que teve durante esses 25 anos de profissão. Apesar de não ter tido o apoio da família no início, a jornalista nunca pensou em desistir da carreira que pretendia seguir. Os pais de Laine sempre a incentivaram a investir na área da computação, pois tinham medo que a filha ingressasse na comunicação pelo fraco retorno financeiro.

Hoje é muito comum jornalistas com mais de um emprego ativo e não é diferente no caso de Laine, quando completou 19 anos de profissão, ela quis se reinventar, pesquisou sobre Doutorado, Mestrado, mas nada dessas especializações iriam se encaixar na fase em que estava vivendo dentro do telejornal. Ela queria algo paralelo, mas que somasse ainda mais o seu profissional. Depois de algumas pesquisas, a jornalista encontrou uma nova paixão e junto com ela uma renda extra. “Junto com essa minha trajetória eu tenho uma outra que começou há seis anos na área do Coach, onde tenho uma empresa junto com o meu sócio, que se chama Rapor Comunicação e Coach”. Laine não apenas abriu uma empresa para oferecer esses novos serviços como continua se especializando. “Eu acabo de concluir minha décima formação nessa área, sou Live e Neuro Coach, especialista em diagnósticos de pessoas, especialista em hipnose clínica e sou professora de pós-graduação nessa área da comunicação. É uma honra muito grande poder trazer toda essa sensibilidade que o Coach traz para minha profissão no jornalismo”, diz ela.

Denise de Medeiros

Outro caso de jornalista mulher com mais de um emprego ativo é Denise de Medeiros, apresentadora do Jornal do Almoço de Criciúma. Formada em Publicidade e Propaganda e Jornalismo pela Universidade do Sul de Santa Catarina (Unisul), ela reside hoje em Cocal do Sul, também é Professora de Fotografia no Curso de Comunicação Social na mesma Universidade onde realizou suas duas graduações.

Diferente de Laine Valgas, Denise deixa claro que foi o jornalismo quem a escolheu. Por ser formada em Publicidade, foi esse o motivo que a levou a ter experiências dentro de um telejornal, onde o encanto pela área jornalística surgiu. “Voltei à faculdade para finalizar, já que os dois cursos têm muitas disciplinas em comum. Alguns anos depois, como eu já tinha experiência na Band da região e na Unisul TV, fui convidada para trabalhar na NSC”, conta a jornalista.

Como comunicadora e professora, ela alerta para o cuidado em fazer e transmitir informações, principalmente para ela e para Laine, que estão à frente de um telejornal com um grande número de telespectadores. “É de imensa responsabilidade, qualquer informação equivocada ou mal apurada pode mexer na vida direta de alguém”.

As jornalistas, além de profissionais, são esposas, donas de casa e Denise tem um filho pequeno. Assim como outras mulheres, as duas se esforçam muito para poder conciliar todas as tarefas, buscar um equilíbrio para tudo, o que na grande maioria das vezes é algo bem difícil.

Quando questionadas sobre a presença feminina no mercado de trabalho, as protagonistas do texto respondem que, nos tempos atuais, as mulheres são responsáveis por toda uma mudança de cultura. Elas cresceram quando os homens ainda tinham uma maior posição, diferente de agora, onde elas fazem parte de uma geração que, mesmo de uma forma indireta, querem mudar isso. O processo de igualdade é lento, mas se compararmos com anos atrás, concluímos que já foi pior.

Nunca foi uma competição e nem deve ser. O lado feminino tem sim os seus direitos de querer tornar o seu espaço maior no mundo, mas se tivermos homens fortes ao lado de mulheres fortes, todo mundo cresce junto! Sem se colocar no papel de vítima, o sexo considerado “frágil” vai tomando um espaço maior em qualquer área que desejarem, seja ela profissional ou social, são elas as responsáveis pela mudança que desejam.

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